O Destino da Alma após a Morte (justos e injustos)
As bênçãos resultantes da vinda do Senhor Jesus a este mundo são incontáveis. Elas se relacionam com tudo o que existe. Na glória celestial ser-nos-ão reveladas e usufruídas inúmeras outras bênçãos derivadas da vinda de Jesus aqui; uma delas tem a ver com os fiéis que dormem ou vierem a dormir no Senhor, entre nossa morte e a volta de Jesus. As bênçãos decorrentes da vinda de Jesus, como já dissemos, têm alcance ilimitado, aqui e na eternidade.
Neste pequeno estudo, vamos ver a condição dos mortos, justos e injustos, antes e depois do advento de Jesus, culminando na sua morte, ressurreição e ascensão.
Antes da ressurreição de Jesus
A palavra Seol no Antigo Testamento, equivale em sentido a Hades, no Novo Testamento. Diferem na forma porque na primeira é hebraica, e a segunda é grega. Elas designam o lugar para onde iam todos após a morte: justos e injustos, havendo, no entanto, nessa região dos mortos, uma divisão para os justos,e outra para os injustos, separadas por um abismo intransponível (Lc 16.26). Todos estavam ali plenamente conscientes. O lugar dos justos era de felicidade, prazer e segurança. Era chamado Seio de Abraão, e Paraíso. Já o lugar dos ímpios era medonho, ignífero (onde há fogo), cheio de dores, sofrimentos, estando todos perfeitamente vivos.
Jesus ensinou estas coisas ao relatar o fato descrito em Lucas, no capítulo 16. É oportuno dizer aqui que este capítulo não constitui parábola. O título posto no capítulo, informando que é parábola, vem dos editores da Bíblia, mas não consta do original. Parábola é uma modalidade de narração em que não aparece nomes de pessoas. Além disso, o verbo haver, como está empregado no primeiro versículo, denota por sua vez um fato real.
Conforme Ef 4.8-10, o Hades situa-se bem no profundo da terra. Além do ensino de Efésios, as referências à entrada de almas nesse lugar é sempre "desceu". Cf. Jacó (Gn 37.35); Core (Nm 16.30,33); Jó (17.16; 11.8; SI 30.3; 86.13; 139.8; Pv 9.18; 15.24; Is 14.9; 38.18-32; Ez 31.15,17; Am 9.12).
Em todas essas passagens, a referência é o Seol, e mostram um lugar situado nas profundezas da terra. É de lastimar o fato de que inúmeras referências ao Seol, no Antigo Testamento, certas versões em português traduzem por sepultura e outros termos afins, o que traz confusão.
As palavras Hades e Seol aparecem às vezes traduzidas também por inferno, como em Dt 32.22; 2Sm 22.6; Jó 11.8; 26.6; SI 16.10; e em muitos outros lugares do Antigo Testamento, bem como do Novo Testamento. (Exemplos: Mt 16.18; Ap 1.18).
O cristão prudente não se apressa em dar interpretações pessoais à Palavra de Deus. O inferno propriamente dito, isto é, o inferno eterno como destino final dos ímpios é o chamado Lago de Fogo e Enxofre, mencionado em Ap 20.10,14.0 Hades é apenas um inferno-prisão, onde os ímpios permanecem entre sua morte e a ressurreição, a qual ocorrerá por ocasião do Juízo do Grande Trono Branco, após o reino milenial de Cristo (Ap 20.17,11-15).
Outras vezes, a palavra Hades, como já dissemos, é traduzida sepultura, como em Gn 37.35; 42.38; 44.31; Jó 21.13, etc. Deve-se tomar cuidado para evitar ensino errôneo decorrente de imperfeições nas traduções. Para citar só mais um exemplo deste problema, esta mesma palavra Hades é ainda traduzida "morte", em 1ª Co 15.55b. Estas diferentes traduções de uma mesma palavra têm trazido muita confusão.
Portanto, antes da vinda de Jesus a este mundo, todos desciam ao Seol (justos e injustos), havendo uma separação intransponível entre as duas divisões do mesmo.
Depois da ressurreição de Jesus
Jesus, antes de morrer por nós, promete ao ladrão da cruz que ele estaria com Ele naquele mesmo dia no Paraíso (Lc 23.43). Isto mostra que os fiéis de Deus, a partir dos dias de Jesus, não mais desceriam ao Hades, isto é, à divisão reservada ali para os justos. O texto em apreço indica futuridade em relação à ocasião em que foi proferido por Jesus. A mudança ocorreu entre a morte e ressurreição do Senhor, pois ele disse ao ladrão arrependido: "Hoje estarás comigo no Paraíso" (Lc 23.43). O apóstolo Paulo diz a respeito do assunto: "Subindo ao alto, conduziu cativo o cativeiro, e deu dons aos homens. Ora, subiu, que é, senão o que também desceu às partes mais baixas da terral" (Ef 4.8,9).
Entende-se, pois, que Jesus, ao ressuscitar, levou para o céu os crentes do Antigo Testamento que estavam no Seio de Abraão, conforme ele prometera em Mt 16.18. Muitos desses crentes, Jesus os ressuscitou certamente para que se cumprisse o tipo prefigurado na Festa das Primícias (Lv 23.9-11), que falava profeticamente da ressurreição de Cristo (1ª Co 15.20,23). Nessa festa sagrada havia pluralidade (o texto bíblico fala de "molho" ou "feixe"). No seu cumprimento, deveria haver também pluralidade. E houve, conforme vemos em Mt 27.52,53. A obra redentora de Jesus no Calvário afetou, não só os vivos, mas, também, os mortos que dormiam no Senhor.
A vitória plena de Cristo teria que incluir a derrota da morte. Ora, todo vencedor sempre regressa da última batalha trazendo consigo provas e evidências da sua vitória final. Era, pois, justo que Jesus ressuscitasse alguns e os trouxesse consigo, uma vez derrotada a morte!
O apóstolo Paulo foi ao Paraíso, que já estava no terceiro céu (2ª Co 12.1-4). Portanto, o Paraíso está agora lá em cima, na imediata presença de Deus. Não embaixo, como antes. A mesma coisa vê-se em Ap 6.9,10, onde as almas dos mártires da Grande Tribulação permanecem no céu "debaixo do altar", aguardando o fim da Grande Tribulação, para ressuscitarem (Ap 20.4), e ingressarem no reino milenial de Cristo.
Os crentes que agora dormem no Senhor estão no céu, pois o Paraíso está agora ali, como um dos resultados da obra redentora do Senhor (2Co 5.8). No momento do arrebatamento da Igreja, seus espíritos virão com Jesus, unir-se-ão a seus corpos ressurretos, e subirão com Cristo, já glorificados. (1ª Ts 4.14).
Comparando-se Fp 1.23 com 1ª Pe 3.22, vê-se que o Paraíso situa-se agora no céu. Quem parte daqui fica com Cristo (Fp 1.23); ora, Cristo está agora assentado à destra de Deus (1ª Pe 3.22).
A presente situação dos ímpios mortos
Para estes não houve qualquer alteração quanto ao seu estado. Continuam descendo ao Hades, o "Império da morte" onde ficarão retidos em sofrimento consciente até o Juízo do Grande Trono Branco, após o Milénio, quando ressuscitarão para serem julgados e postos no inferno eterno (Ap 20.13-15). Assim sendo, qualquer fantasma ou "alma do outro mundo" que aparecer por aqui é coisa diabólica, porque do Hades não sai ninguém. É uma prisão, cuja chave está com Jesus (Ap 1.18). Alma do outro mundo, ou espíritos falantes ou incorporados não vêm à terra: os salvos estão com Jesus, e os perdidos estão presos. O diabo, sim, por enquanto está solto, e sabe imitar e enganar com muita perícia.
Em Ezequiel 32.17-32, no chamado "Rol das Nações ímpias no Hades", vemos os ímpios mortos das nações ali referidas, postos no Hades. Esta passagem é sumamente importante diante dos fatos que estamos estudando.
(Texto extraido da Bíblia Alfalit)
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